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Adolescência, da Netflix, está sendo ovacionada por crítica e público

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Drama britânico conquista a audiência com atuações poderosas, narrativa intensa e reflexão urgente sobre violência e redes sociais

A série britânica Adolescência, lançada recentemente pela Netflix, se tornou o novo fenômeno entre os fãs de dramas intensos. Em poucos dias, a produção atingiu o topo do ranking da plataforma e já é considerada por muitos críticos como uma das melhores obras televisivas da última década.

Com apenas quatro episódios, o drama conquistou o público ao unir narrativa impactante, atuações arrebatadoras e um debate profundo sobre temas sociais que seguem pulsando na realidade.

⚠️ Atenção: esta matéria contém spoilers sobre a trama da série.

Adolescência

Crítica social: uma série que propõe reflexões necessárias

Logo de início, Adolescência mostra que não está ali para entreter com leveza. A série aborda o assassinato brutal de uma jovem adolescente, supostamente cometido por um colega de apenas 13 anos. Mas o crime é apenas o ponto de partida para uma história que mergulha em temas complexos como a banalização da violência, o silêncio familiar e a influência perversa das redes sociais sobre os jovens.

A proposta não é entregar respostas prontas, mas provocar reflexões incômodas — daquelas que ecoam mesmo depois dos créditos finais. É uma narrativa que exige atenção e empatia, e dialoga diretamente com pais, educadores e toda a sociedade hiperconectada.

Um retrato direto da misoginia digital e da radicalização juvenil

Um dos pontos mais fortes da série é sua coragem em tratar da doutrinação masculina por discursos misóginos nas redes sociais. O roteiro insere, com sutileza, referências a figuras como Andrew Tate — símbolo da masculinidade tóxica moderna — e mostra como esses influenciadores distorcem a percepção de jovens e naturalizam comportamentos violentos.

Mais do que uma crítica ao ambiente digital, Adolescência é um alerta sobre o impacto da falta de diálogo e do abandono emocional nas famílias, que muitas vezes permite que adolescentes se tornem alvos fáceis desse tipo de conteúdo.

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Destaques técnicos: plano-sequência e imersão dramática

Outro diferencial da série está em sua produção técnica primorosa. Cada episódio foi filmado em plano-sequência, sem cortes, o que gera uma sensação intensa de imersão. A tensão é constante, e a câmera nos coloca dentro da cena como se estivéssemos acompanhando os acontecimentos em tempo real.

Mas a técnica só funciona tão bem graças ao talento do elenco. O ator de apenas 15 anos Owen Cooper fez sua estreia, entregando uma atuação surpreendente e está sendo considerado por muitos uma das grandes revelações da TV em 2025. Ele interpreta o jovem acusado do crime com uma mistura de medo, raiva e fragilidade que emociona e perturba ao mesmo tempo.

Ao seu lado, Stephen Graham também brilha como o pai do garoto, e Erin Doherty se destaca no terceiro episódio, interpretando uma psicóloga infantil em cenas profundamente comoventes.

Repercussão e reflexões necessárias no pós créditos

Os principais veículos internacionais não economizaram elogios. The Times, The Guardian, Deadline, Rolling Stone e New York Times classificaram a série como “arrasadora”, “brilhante” e “uma das mais importantes da década”. Personalidades como Paul Feig e Jeremy Clarkson também aplaudiram a produção, reforçando a força do seu impacto emocional e social.

A crítica destaca não apenas a qualidade estética da série, mas sua relevância no debate contemporâneo sobre violência de gênero, influência digital e o papel da sociedade na formação dos jovens.

“Adolescência” é mais do que uma série — é um espelho social

Adolescência vai muito além de uma ficção bem produzida — é um espelho incômodo da sociedade atual, que ainda falha em proteger mulheres e adolescentes. Com brutal honestidade e sensibilidade narrativa, a série levanta debates que precisam sair da tela e chegar às conversas dentro das famílias, escolas e instituições.

Se ainda não assistiu, prepare-se: essa não é apenas uma série para maratonar — é para sentir, pensar e refletir sobre o que está acontecendo com a juventude, com a masculinidade e com o silêncio diante da violência.

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